quarta-feira, 11 de maio de 2011

TEXTO DO LP - O Violão e a Simplicidade de Codó (por João Mello)

Somos aqueles que crêem na arte pura e simples.

Por isso acreditamos na música de CODÓ, violonista da Bahia de Todos os Santos, que em boa hora aportou à nossa cidade de São Sebastião, trazendo o seu instrumento e a sua sabedoria natural.

Homem nascido e criado diante da contemplação mais linda de que se tem notícia – O MAR E O CÉU DA BAHIA – Clodoaldo carrega na força de sua interpretação o som das palmeiras tocadas de vento brando ou de “nordeste” agressivo em dia de temporal.

A sua música, plena de características brasileiras, identifica sempre as coisas que fazem da sua terra natal o encanto do forasteiro.

Quem ouve CODÓ, tem a impressão de estar diante de uma Roda de Capoeira... ou Roda de Samba... ou mesmo, diante da paisagem descortinada da famosa Rampa do Mercado, “para onde convergem todas as velas do Recôncavo” como diz CARYBÉ.

CODÓ, traz no banjo do seu violão o som dos atabaques e os cantos de louvação dos “terreiros” da Bahia.

É a própria poesia da velha Cidade de tanto Orixá e de tanto Mistério.

É Itapoã, Amarolina, Pituba, Piatã.

É alvorecer em Mont Serrat.

É Elevador Lacerda subindo, descendo, cheiinho de gente.

CODÓ está de volta ao mundo do disco. Reaparece com uma seleção nova, cuidada, medida, feita para repetir o sucesso de seu primeiro LP.

Estamos todos felizes em ver o retorno do artista, cada vez mais consciente de sua obrigação de dar ao público o melhor de sua inspiração.

Da minha parte, confesso-me duplamente feliz, porque além de voltar a ouví-lo, fui o escolhido para escrever estas linhas.

Parabéns portanto à MOCAMBO por ter adquirido para o seu “cast” um nome consagrado de tanto valor como é CLODOALDO BRITO ou simplesmente CODÓ.

João Mello, 1968.

PS.   Este álbum foi gravado com um violão
 Di Giorgio, cedido gentilmente por seus
 fabricantes à CODÓ.

Capa do LP - O Violão e a Simplicidade de Codó, 1968.

Repertório do LP - O Violão e a Simplicidade de Codó, 1968.

Contra-capa - Codó e seu violão à beira mar.

Dedicatória feita por Codó, para sua mulher "Zinha".

O violão Di Giorgio que acompanhou Codó por longos anos de sua carreira, presente da Fábica Di Giorgio ao músico baiano.

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