sexta-feira, 18 de abril de 2014

Baterista Mauro Jeronymo comenta sobre músicas de Codó, presentes no disco Alma do Mar

O baterista Mauro Coelho Jeronymo, comenta sobre músicas de Codó, presentes no disco Alma do Mar, gravado em 1964.

Mauro Jeronymo, músico Baterista.
O baterista Mauro Jeronymo, que foi genro de Codó, por anos o acompanhou em inúmeras tardes em família, onde na varanda da casa de Codó, em Niterói RJ, os dois tocavam por horas todo o repertório do artista, Codó ao violão e voz, e Mauro ao pandeiro e percussão geral, e posteriormente em gravações, como teve sua participação no disco Coisas de minha terra, de 1978, também ao pandeiro.

Mauro é aficionado por música Brasileira e nas influências do jazz, sendo grande conhecedor do tema, fala sob sua percepção técnica e artística de músicas de Codó, presentes no primeiro LP gravado por Codó, Alma do Mar de 1964. Disco este, que segundo ele é o melhor disco de Codó.

Thaití: Composição praieira de levada um tanto apolegada, composição que remete aos mistérios do mar, reforçada pelo tilintar do triangulo e pela pontuação do bongô, faz essa coisa suspensa, enigmática. Tem uma cosa especial ali... sugere ao enigmático do mar...

Ouça a música Thaití: https://www.youtube.com/watch?v=ZP_SwNlHLPw

Noite ao Luar: Em Noite ao Luar, o dedilhar paciente do violão de Codó, sugere o pescador em seu barco, tocando pro mar e pra lua, aguardando a pescaria. Uma valsa dessas! A paciência do pescador à espera do peixe, na embarcação... Como é comentado pelo próprio Codó, citado na contra capa do seu disco Alma do Mar.

Fantasia em Prelúdio: Que beleza heim! Parece fazer a citação de “peixe vivo”! Uma verdadeira orquestra com o violão, onde Codó vai substituindo  a harmonização, apresentando matizes diferentes.
Composta em três movimentos sem interrupção, Fantasia, como o nome diz, apresenta uma forma própria. Por vezes deixa em dúvida, o que é pré-estabelecido ou não. É uma idéia musical livre de forma estabelecida, como a fuga de Bach. Uma idéia musical que não se enquadra em nenhuma dessas formas convencionais.

Adormecida: Uma bela canção de ninar de melodia singela. Codó, que teve 9 filhos, apresenta com a canção Adormecida, o carinho que sente à contemplar o sono de uma filha adormecida.

Clodoaldo Brito, Codó.
Tim Dom Dom: Como sempre muito boa de se ouvir, canção perfeita em sua forma AABA. Provavelmente a música mais conhecida de Codó. Tim Dom Dom dispensa comentários, pois foi gravada por Jorge Ben, no disco Esquema Novo, e por João Donato, no disco Muito à Vontade ambos em 1963; e só gravada por Codó em 1964. Posteriormente, gravada por Sérgio Mendes no disco Brasil 66”, e pelo pianista Alfredo Cardim, violonista Gabriel Improta e muitos outros. Tim Dom Dom é regravada até hoje por muitos intérpretes, e foi executada até no Rock In Rio 2013 (ano do centenário de Codó), pela banda Ouro Negro.

Ouça a música Tiom Dom Dom: 
https://www.youtube.com/watch?v=jUxcB0gtezA

Eu Gosto Assim: Codó compõe um mosaico da bossa nova, onde passeia por diferentes estilos e influências presentes neste gênero que ele tanto gosta.


Mauro Coelho Jeronymo, 17/04/2014.