quinta-feira, 7 de março de 2024

PARTITURA DA MÚSICA THAITY E RESPOSTA



Escrita por Josmar Assis
Fonte: https://www.superpartituras.com.br/clodoaldo-brito--codo-

segunda-feira, 15 de maio de 2023

FOTOS DE CODÓ NOS ANOS DE 1960



 

DEPOIMENTO DO MESTRE ACORDEON

 João Melo e Codó (Clodoaldo Brito) seguiram Batatinha ao usar temas da Capoeira em uma música intitulada Berimbau.

A música cuja canção tem um forte apelo de Capoeira com o violão de Codó convidando o  som de um berimbau.

Codó foi um dos maiores violonistas do Brasil, meu vizinho por muitos anos, amigo e um dos meus ídolos.

Ele tinha mais de cinquenta anos quando o conheci, morando em uma pequena casa inundada por muitos filhos.

Impossível esquecer seus dedos grossos, grandes charutos movendo-se com facilidade e leveza nas cordas do violão, imitando o berimbau.

Fui amigo dessas crianças e alguns deles, Cláudio, Antônio, Carlinhos e Paulinho, depois se tornaram meus alunos.

Codó me contou sobre seu pai, um grande mestre de Capoeira que conseguia dar uma cambalhota para trás saltando do topo de suas sandálias de madeira e aterrissando de novo precisamente em cima delas.

Muitas vezes Codó surpreendeu meus alunos fazendo bananeiras em cima de uma cadeira bamba quando tinha quase setenta anos.

Codó nunca recebeu o reconhecimento que merecia como grande músico.

Ele gravou alguns álbuns e escreveu dezenas de ótimas canções.

Muitas dessas canções foram co-assinadas ou atribuídas a outros que não criaram uma nota delas.

Ele permaneceu pobre, recluso em sua própria música, talento e simplicidade.

Saravá Codó! Você tem presença honrosa em minhas lembranças, e aqui está sua canção que reflete o espírito indomável dos verdadeiros capoeiristas.


Berimbau


Zum Zum Zum

Capoeira mata um

Santo Antônio pequenino

É meu santo protetor

Cabra você não me assombra

Na Capoeira sou doutor


Bate o pandeiro caboclo

No jogo do berimbau

Biriba é pau é pau


De fazer berimbau é pau

Biriba é pau é pau

De fazer berimbau é pau


Fonte: 

Traduzindo do livro: Capoeira, a brazilian art from. History, philosophy, and pratice - Bira Almeira (Mestre Acordeon); pág. 96.


Sobre o Mestre Acordeon

Ubirajara ( Bira ) Guimarães Almeida (nascido em 1943), mais conhecido como Mestre Acordeon, é nativo de Salvador, Bahia, Brasil, e um mestre da arte marcial brasileira Capoeira. 

Sua reputação internacional como professor, intérprete, músico, organizador e autor é construída com cinquenta anos de prática ativa, além de pesquisas sobre origens, tradições, conotações políticas, e tendências contemporâneas da Capoeira. 

Mestre Acordeon viajou extensivamente para promover a Capoeira fora do Brasil.

Acordeon era um estudante do lendário Mestre Bimba no final da década de 1950, e começou a ensinar o próprio Capoeira no início da década de 1960. 

Em 1966, ele fundou o Grupo Folclórico da Bahia que realizou o show Vem Camará: Histórias de Capoeira no Teatro Jovem em Rio de Janeiro.

. . .

Agradecimento especial ao Mestre Jakaré do Cavaquinho, aluno de Codó e grande apoiador do processo de pesquisa sobre Codó, quem gentilmente nos apresentou essa referência bibliográfica.

Conheça o canal do Mestre Jakaré no YouTube: https://youtube.com/@jakaredocavaco

terça-feira, 9 de maio de 2023

DOCUMENTÁRIO - O violão de Codó da Bahia - 2023


Em abril de 2023 foi concluído o documentário, média metragem, O violão de Codó da Bahia. 
A biografia de um mestre esquecido. 

Dirigido por Mauricio Jeronymo e Marcos Ferreira.

Sinopse: 

A história do grande violonista Clodoaldo Brito, que começou a tocar com 10 anos de idade em um violão feito por ele próprio, com tábuas de caixote e cordas de piaçava, e que apesar do notório talento foi esquecido pelo mundo musical não tendo seu valor reconhecido. Este curta-metragem trata do resgate da memória histórica e obra de um artista que marcou época e influenciou uma geração e um estilo musical.

Sobre o documentário:

O documentário nasce como sendo apenas uma fração da densa história do artista, tendo sido os fragmentos que compuseram a obra, extraídos de registros feitos por Mauricio de Brito Jeronymo, neto de Codó, durante cerca de duas décadas.

Para a proposta inicial do documentário, de ser um média metragem de 30 minutos, não foi possível inserir todo o material captado e fragmentos de registros que compões a ampla saga pessoal e profissional de Codó.


O documentário apresenta o depoimento de alguns familiares, em especial os filhos e alguns amigos que conviveram com Codó. Todos gravados de forma simples e natural, com recursos básicos, porém, de forma suficiente para transportar o expectador para a atmosfera que envolve a história do artista.


Iniciando com a infância de Codó, seus pais, a localidade onde morava, seu talento pela música já notado desde a infância, seu trabalho na lida com a terra, sua família e quando a música passa a ser sua principal atividade, chegando a sua mudança para o Rio de Janeiro, onde gravou 10 PLs.


No documentário temos o depoimento de alguns parente e amigos que já não estão mais entre nós, então este trabalho também nos trás um amplo ar de saudosismo, quando resgata a memória desses queridos familiares e amigos que tão bem contribuíram para essa obra e tão e perto conviveram com o artista, trazendo seus belíssimos e emocionantes relatos.


O documentário além das entrevistas feitas com familiares e amigos, também trás recortes de vídeo de uma das apresentações de Codó, juntamente com Ismael Silva e Cristina Buarque, realizada em 1973, no MPB Especial produzida pela TV Educativa. Gravação esta que é considerada uma relíquia, por ser a única gravação em vídeo do artista disponível ao público através do Youtube. 

Nota-se que já foram feitas consultas a TVE RJ e a TV Educativa em busca de mais material em vídeo do artista, porém sem sucesso, sendo o relato que estas fitas estão armazenadas e não há máquinas operacionais que possam acessar estes registros históricos, sendo necessário um projeto maior de resgate para que se possa ter novamente este acervo disponível ao público em geral.


No documentário temos trechos em vídeo do artista executando seu violão e conversando, onde ele narra sua satisfação de estar unido com Ismael Silva em seu show Se você Jurar. Além, de diferentes recortes de gestos e sorrisos do artistas, extraídos também da gravação desse show. 

Esse show está disponível no YouTube, para quem se interessar em apreciá-lo por completo.
Acesso ao show completo: https://www.youtube.com/watch?v=fCvhR5Gg20Q


O documentário também trás trechos onde os filhos de Codó, que cantam em tocam juntos alguns dos clássicos do pai, levando ao expectador a atmosfera de alegria e musicalidade que envolve toda a família Codó. No documentário, os filhos também relatam detalhes do convívio familiar a de sua criação.

O documentário representa um primeiro passo na composição de uma obra documental cinematográfica sobre o artista, pois devido a curta duração, ficou limitada a apresentação de toda amplitude da vida do artista, que era além de músico autodidata, agricultor, pescados, capoeirista, marido e pai de 9 filhos. 

Certamente para documentar a vida do artista, se faz necessário um longa metragem e incluindo o depoimento de artistas que não estiveram ao alcance da família nessa fase inicial, como por exemplo, Gilberto Gil, Jorge Ben, Sérgio Mendes, João Donato, entre outros. Indo mais além, visto a verdadeira saga que envolveu a vida de Codó, e sua representatividade para o regionalismo nacional, vê-se até potencial para um longa metragem ficcional sobre a história desse herói da música regional brasileira.

O processo de edição do documentário:

A proposta desta edição surgiu através do Marcos Ferreira, que sabendo que Mauricio Jeronymo (ambos cineastas e netos de Codó) já detinha grande acervo de entrevistas arquivado, sugeriu a inscrição de um documentário curta-metragem no festival de cinema Negro Zozimo Bul Bul 2023. Então decidiram se reunir e em um período de 15 dias, produziram este documentário.

O documentário vem sendo inscrito em diferentes festivais buscando abrangência de divulgação entre o público interessado e para alguns faz-se necessário o ineditismo da obra. Por esse motivo, o documentário ainda não está disponível de forma livre no YouTube, porém, até o fim deste ano esperamos que esteja disponível no YouTube do neto do artista (Mauricio Jeronymo).

É um documentário que nasce já com o gosto de quero mais e que certamente será um primeiro passo num processo de mais ampla divulgação sobre a vida e obra do Clodoaldo Brito, este ícone da música regional brasileira.

Agradecemos a todos os entrevistados e a equipe técnica composta por familiares e amigos, que de graça, ao longo dos anos nos ajudaram a reunir esse belo material biográfico do artista. 
Muito obrigado em nome de toda a família Codó!!

Viva Codó da Bahia!

. . . 

Créditos:

Roteiro e Direção:
MAURICIO JERONYMO
MARCOS FERREIRA

Edição:
MAURICIO JERONYMO

Produção:
ENYO SOARES
MAURICIO JERONYMO

Câmeras:
CELSO APARECIDO
MAURICIO JERONYMO

Fotografias:
MAURICIO JERONYMO

Técnico de Som:
BRUNO RIBEIRO

Depoentes:
TIA ROSA
TIA AÍDA
FRANCISCO XAVIER
ADELSON ALVES
CAÇULA DO VIOLÃO
FILHOS DE CODÓ 
(Luiz, Cláudio, Mercês, Leninha, 
 Paulo, Sivaldo e Esteves)

Agradecimentos especiais:
MAURO JERONYMO - locação de espaço
ADELSON ALVES e RÁDIO NACIONAL- locação de espaço
FUNARTE - matérias de jornal
TV CULTURA - cessão de imagens  
(registro do show " Ismael Silva - Se você jurar" de 1973")

Músicas apresentadas neste documentário:
Tim Dom Dom
Thaity
Alma do Mar
Canoeiro
Zum Zum Zum
Bahia de Encantos
Um abraço no Baden
Eu gosto assim

Discografia de Codó:
ALMA DO MAR (1964)
CODÓ E SEU VIOLÃO COM ORQUESTRA (1966)
CODÓ E O MAR (1967)
O VIOLÃO E A SIMPLICIDADE DE CODÓ (1968)
UM VIOLÃO MUITO BOM MODÉSTIA À PARTE (1969)
VIM PRA FICAR (1970)
BRINCANDO COM AS CORDAS (1973)
COISAS DA MINHA TERRA (1978)
SÉRIE MÚSICA BRASILEIRA_VOLUME I (1983)
 

sexta-feira, 13 de maio de 2022

OUÇA A DISCOGRAFIA COMPLETA DE CODÓ

Acesse o link para Playlist com todo o acervo de músicas gravadas por Codó ao logo de seus 10 LPs.

Resultado de um trabalho familiar de busca e seleção de exemplares de todos os LPs lançados do artista, tendo sido digitalizados no laboratório VideoShak RJ, gerando cópias o mais fidedignas a gravação original em vinil, onde nem o chiado do atrito da agulha foi removido, para menos intervir na matriz gravada.

Nessas gravações o ouvinte poderá fazer uma viagem pela história discográfica de Codó, desde seu período de chegada ao Rio de Janeiro em 1964, até pouco antes de seu falecimento 1983. 

De composições autorais em seu mais tradicional estilo baiano e caiçara, as gravações orquestradas, belas interpretações de grandes obras da música popular brasileira. 

No passeio por sua discografia observamos o transito fluente do artista pelos diferentes estilos e ritmos musicais e sempre com virtuosa execução.

DISCOGRAFIA:

(1963) Codó - Polydor

(1964) Alma do Mar - O Violão de Codó - Polydor

(1967) Codó e o Mar - RCA

(1967) A enluarada Elizeth - Copacabana

(1968) O Violão e a simplicidade de Codó - Mocambo

(1969) Um violão muito bom, Modéstia à Parte - Copacabana

(1970) Vim pra ficar - Copacabana

(1973) Codó - Brincando Com as Cordas - CID

(1977) Codó e o Violão - Série Talento Brasileiro - CID

(1978) Coisas da minha terra - CID

(1984) Série Música Brasileira Vol.1 - Codó


Acesse o link abaixo e ouça a discografia completa:

https://youtube.com/playlist?list=PLL52Ow835YUdSRKaOyOabtPBrDOQ2hILz

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Mestre Jakaré do Cavaco - Lembranças do seu primeiro professor de violão, o Mestre Codó

Jakaré do Cavaco, ou Bebeto, como conhecido na família Codó, é carioca do bairro da Glória, nascido em 1958, teve em sua infância um importante contato com Codó, que foi seu primeiro Mestre de violão.

Codó chega com a família no Rio de Janeiro nos anos 60, morado em um apartamento na Rua Santo Amaro, no bairro da Glória, local que era muito frequentada por artistas e intelectuais da época, que vinham prestigiar a música do mestre Codó da Bahia, como relata Jakaré.

Jakaré conta como conheceu Codó e como era o amanhecer de Codó visto por ele, o menino Bebeto de 6 anos de idade, que morava em frente à casa de Codó.

Todo dia por volta das 6:00 horas da manhã, Codó pegava seu violão Di Giorgio e ia para a varanda. Lá limpava o violão com zelo, passava óleo de peroba e o deixava por alguns minutos no sol fraco da manhã (- para ficar igual “casquinha de ovo”), tudo isso antes de começar a dedilhar.

Codó sempre tinha esse ritual, ao amanhecer em sua varanda na Rua Santo Amaro 196, apartamento 102, limpava e dedilhava o seu violão ao sol da manhã.

Assim, encantado pelo violão de Codó, o menino Bebeto pede um violão ao pai e diz que terá aulas com Codó. E o próprio menino vai até Codó, sem saber da história do já consagrado Mestre Codó, e pede para que ele lhe ensine a tocar violão. Codó então o recebe como aluno e amigo da família.

O menino Bebeto, teve como primeiro professor de violão o Mestre Codó. Por vezes, na ausência do mestre pelos diferentes compromissos profissionais, tomava lições do instrumento com os filhos de Codó, Carlinhos (um dos mais velhos) e Leninha (filha do meio entre as mulheres).

Conta Mestre Jakaré: - Nalvinha, a filha mais nova de Codó, mais nova que eu, gostava de cantar. Mercês, que era mais velha, já acompanhava Codó em coro em alguns saraus ocorridos em casa. Leninha, filha do meio, tocava violão e jogava Capoeira e foi com ela que tive meu primeiro contato com a Capoeira. Foi Leninha que me ensinou a ginga e alguns outros movimentos da capoeira, inclusive a tradicional negativa, que na época ainda era feita com o joelho para cima.

Em reunião ocorrida na casa de Codó, em comemoração à vinda do Grupo Folclórico da Bahia ao Rio de Janeiro, estavam presentes Mestre Bimba, Mestre Acordeom, Mestre Preguiça, Mestre Itapuã, Mestre Camisa Roxa e Mãe Zefa de Obaluaiê (personagem integrante do Grupo Folclórico da Bahia, esta na época com 102 anos) e o menino Bebeto (Jakaré) com 8 anos de idade.

Também lembra o Jakaré, que Codó costumava se apresentar com frequência na famosa “Taberna da Glória” (entre os anos de 64 e princípio dos anos 70), famoso reduto da boemia carioca, situada no antigo Largo da Glória, entre Rua Antônio Mendes Campos e a Rua do Catete, frequentada pelos principais músicos do cenário carioca dos anos 60.

A Taberna da Glória recebia músicos como Clementina de Jesus (descoberta por Hermínio Bello de Carvalho na Taberna da Glória, durante a tradicional festa da Glória), Elizeth Cardoso, Hermínio Bello de Carvalho, Pixinguinha, Nelson Cavaquinho, Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Zé Keti, Ciro Monteiro, Pedro Nava, Moacir Werneck, Zé Bento, Cartola, entre outros artistas, escritores e jornalistas, como Sérgio Cabral, Mário de Andrade e Carlos Drummond de Andrade.

Jakaré também lembra que costumava ir à praia e jogar bola com frequência com os filhos de Codó, Paulo, Sivaldo e Esteves.

- Com a mudança de Codó e sua família para Niterói, perdi o contato com o pessoal, apesar de ter ido visitar eles já morando em Niterói. Depois disso, parei um pouco com o violão, mas com cerca de 16 anos de idade, retomei o violão, aprendi o cavaquinho e ingressei de vez na Capoeira.


Sobre o Mestre Jakaré do Cavaco

Músico e capoeirista carioca, nascido no bairro da Glória, no Rio de Janeiro na fase de formação dos primeiros movimentos de capoeira ditos organizados no Rio, esteve presente no primeiro Encontro Brasileiro de Capoeira em 1984 no Circo Voador. Participou também em 1987, do 2º Festival de Cantigas de Roda, onde foi premiado por duas de suas canções, “Amante da Liberdade” e “Cinco Séculos”.

Mestre Jakaré, residente em Paris, desenvolve desde 1988 trabalhos com Capoeira e Música Popular Brasileira na Europa.

Destacando-se como importante entusiasta na inclusão de diferentes elementos da cultura brasileira no universo da Capoeira, sobre a visão de que para aprender Capoeira a pessoa precisa conhecer o Brasil, sua história e sua cultura. Sendo hoje importante referência para diferentes gerações de capoeiristas e músicos.

- Como alguém vai aprender Capoeira sem conhecer o Brasil, a cultura Brasileira de maneira geral e a sua língua?

Nos anos 80 haviam poucos mestres de Capoeira na Europa, entretanto, os que lá estavam vinham de diferentes lugares do Brasil e traziam referência folclóricas, musicais e culturais de sua região de origem.

Lembra o mestre que, a Capoeira até os anos 80 era muito fechada, mais focada corpo, mais voltada para luta e preparo físico. E com características culturais somente da região da Bahia.

Indo morar na Europa, inseriu o cavaquinho, o samba, partido alto e forró. E incentivava que outros capoeiristas também inserissem ao contexto da Capoeira a musicalidade da sua região, como o frevo, maracatu, samba-reggae e outros elementos de sua cultura brasileira regional. 

- Com isso começa a surgir o que vemos hoje, onde a Capoeira é abordada de forma mais ampla, representando a arte de um povo, e nela contidas além da técnica, a cultura, espiritualidade, ancestralidade e conceitos de resistência racial.

- Eu conheci o Brasil morando no exterior, onde tive contato com brasileiros de todos os estados. Lá fizemos uma grande comunidade de brasileiros, diversidade cultural, todos muito unidos e somando culturas, um caldeirão cultural.

Em sua trajetória Mestre Jakaré do Cavaco desenvolveu amplo trabalho no meio acadêmico, lecionando Capoeira em escolas públicas e privadas, atuando do maternal a universidades, com importantes trabalhos na realizados na educação infantil, de jovens e adultos.


Rio de Janeiro, 02 de maio de 2021.

Por Mauricio Brito.


Canal Jakeré do Cavaco no YouTube: https://www.youtube.com/user/jakaredocavaco  



quarta-feira, 13 de maio de 2020

Música "Iá iá da Bahia Chegou" por Aracy Costa (1954)


Aracy Costa - Ia ia da Bahia Chegou (1954)
Baião gravado em LP de 78 rpm no ano de 1954 pela Todamérica.
Autores: Clodoaldo Brito/Codó e João Melo

Ouça a música em:
https://www.youtube.com/watch?v=uHHsWTI1Qak
https://www.youtube.com/watch?v=MZNGupFzCAk




Música "Capoeira Três" do LP Enluarada Elizeth (1967)

Música Capoeira Três (Codó)

Elizeth Cardoso e Codó - LP Enluarada Elizeth (1967)

Músicos:
Codó - violão e vocal (refrão parte final)
Arranjo e condução - Maestro Lindolfo Gaya

Ouça a música: https://www.youtube.com/watch?v=fmMqoMqF-o8

Participações especiais no LP de Clementina de Jesus, Cartola, Codó e Pixinguinha.

Música "Capoeira no Baião" - por Jackson do Pandeiro


Capoeira no Baião (Codó)

Música gravada por Jackon do Pandeiro no LP “Tem Jabaculê  de 1964.
(1964, “Tem Jabaculê”, Philips, P 632714 L)

Ouvir música:
https://www.youtube.com/watch?v=7nlzaAkNWJ4





O Violão Di Giorgio de Codó


Violão Di Giorgio anos 1965-1966, presenteado pelo próprio fundador Romeu Di Giorgio ao violonista Codó pouco depois de sua chegada com a família no Rio de Janeiro. Este violão acompanhou Codó em shows e gravação por cerca de 20 anos, até sua morte em 1984.





Foto tirada entre 1965 e 1966, Codó e sua esposa Zinha com o fonograma da gravação de seu primeiro LP Alma do Mar. Ao fundo vê-se este mesmo violão Di Giorgio.



Codó e João Gilberto – A amizade dos conterrâneos


Clodoaldo Brito nascido em 18/09/1913 em Cairú de Salinas da Margarida BA e João Gilberto nascido em 10/06/1931 em Juazeiro BA.

Com 18 anos de diferença entre eles, Codó e João Gilberto se conheceram em Salvador, a partir de 1947 onde João (16), morando na cidade, visitava apresentações na Codó (34) na Rádio Sociedade da Bahia.

Segundo relato de Codó, o jovem João Gilberto sempre assistia seus shows até o fim, para conversar sobre música e tomar uma cervejinha com ele. 

Em 1949 João (18) passa a também integrar o cast da Rádio Sociedade da Bahia, estreitando mais amizade entre os artista. 

Em 1950 João (19) mudou-se para o Rio de Janeiro, fazendo com que eles se reencontrassem a partir de 1964, quando Codó (51) mudou-se para o Rio de Janeiro com a família, para iniciar a gravação de seus LPs.

João Gilberto já no Rio de Janeiro, visto como excêntrico e reservado, na portaria de seu prédio avisava ao porteiro: - Não estou para ninguém! Mas se for o Codó, você manda subir.

Assim seguiu a admiração e respeito mútuo entre os artistas e conterrâneos, que como muitos vindo do interior tiveram suas vidas guiadas pela música e pelo amor ao violão.


Por Mauricio de Brito Jeronymo (neto de Codó)

Codó, 1955.
João Gilberto, 1950


terça-feira, 12 de maio de 2020

Release: Clodoaldo Brito - Codó


Clodoaldo Brito (Codó)


Nasceu em Cairú, Salinas da Margarida, Bahia em 18/09/1913.
Morreu em Niterói, Rio de Janeiro em 16/01/1984 aos 70 anos.

Violonista e compositor baiano, nasceu na cidadezinha de Cairú no Município de Salinas da Margarida, autodidata aprendeu a tocar violão pelo método prático do Canhoto ainda na infância e começou a compor na adolescência, tendo como sua primeira composição “Minha Primeira Valsa” de 1930.

Fabricou seu primeiro violão, com tábuas de caixote e cordas de piaçava. Aos 9 anos de idade ganhou seu primeiro violão, onde atendendo ao pedido do filho, Paulo o pai de Codó, trocou a vaca leiteira da família pelo instrumento. Por muitos anos usou o primeiro violão que ganhou do pai.

Antes de decidir-se pela música, foi pescador, lavrador, comerciante e capoeirista no Mercado Modelo.

Como violonista, tornou-se conhecido primeiramente no interior do estado da Bahia e em 1938 foi para Salvador, onde já desfrutava de alguma fama.

Entre os anos 40 e 50 trabalhou anos na Rádio Sociedade da Bahia e no Hotel da Bahia, acompanhando grandes estrelas como Silvio Caldas, Nora Ney e Dircinha Batista, dentre outros quando iam à Bahia.

Sua primeira música gravada foi "Iaiá da Bahia", por Araci Costa em 1951.

Na década 60, casado, com Antonina Mascarenhas a quem ele chamava carinhosamente de Zinha, e pai de 10 filhos, mudou-se para o Rio de Janeiro trazendo toda a família.

Na carreira lançou 10 LPs, sendo o primeiro em 1964 intitulado Codó - Alma do Mar, com músicas cantadas e instrumentais, incluindo solos de violão e acompanhamentos de conjunto regional e o último LP em 1984 estreando a série Musica Brasileira vol. 1 – Codó, apresentando temas instrumentais e cantados e já com a participação dos filhos.

Outras composições de sua autoria que se tornaram conhecidas foram "Zum Zum", na voz de Vanja Orico 1955, "Taiti", na interpretação de Rosinha de Valença, e "Tim-dom-dom" (parceria com João Mello), gravada por João Donato em “Muito à Vontade” 1962, Jorge Ben em “Samba Esquema Novo” 1963 por Sérgio Mendes em “Brasil 66” 1966, entre outros; em 2013 no Rock in Rio executada por Mallu Magalhães e orquestra.

Emblemáticas em seu repertório as músicas Alma do Mar, Briga de Rei, Canoeiro, Capoeira Três, Ó Bahia, Pra Ribeira Eu Vou e Samba em Jazz destacam-se na discografia de Codó.
Codó foi também compositor de choros, como "Bole-bole", "Quadradinho" e "Boladinho".

Gravou e participou de shows com Elizeth Cardoso, Paulo Moura, Sivuca, Raul de Barros, Wilson das Neves, Nelson Cavaquinho, Riachão, Ataulfo Alves, Egberto Gismonti, Pixinguinha, Jackson do Pandeiro, Jorginho do Pandeiro, Ismael Silva, Carmen Costa, entre outros.

Bastante respeitado no meio artístico, amigo de músicos como João Gilberto, Paulinho da Viola, Nelson Cavaquinho e Paulo Moura, homenageado pelo amigo Baden Powell na música "Um Abraço no Codó" e para o qual também dedicou músicas como “Um Abraço no Baden” e “Badinho”.

Discografia de Codó:

• Codó -Alma do Mar (1964)
• Codó - Compacto RCA Victor (1966)
• Codó e o Mar (1967)
• O Violão e a Simplicidade de Codó (1968)
• Codó - Um Violão Muito Bom Modéstia à Parte (1969)
• Codó - Vim Para Ficar (1970)
• Codó - Brincando com as Cordas (1973)
• Codó e o Violão - Série Talento Brasileiro (1977)
• Codó - Coisas de Minha Terra (1978)
• Codó - Série Música Brasileira Vol. 1 (1984) 




Baião "Fiquei na Bahia" (Codó e João Mello) - por Gilvan Chaves e Genival Lacerda


Letra música baião “Fiquei na Bahia”, de Clodoaldo Brito e João Mello,
gravada por Gilvan Chaves no LP "Encantos do Nordeste" de 1958 e Genival Lacerda no LP "Mungangueiro pra Daná" de 1970.


Zum zum zum capoeira mata um, zum zum zum capoeira mata um
(coro) Zum zum zum Capoeira mata um, Zum zum zum Capoeira mata um

Saí do norte no pau-de-arara, com destino ao Rio de Janeiro
Passei na Bahia gostei, fiquei, fiquei, fiquei, fiquei
Senti cheiro de dendê, gosto bom de abará
Vi terreiro de nagô e vi baiana sambar
Requebrando requebrando, no bater do canzuá (repete)


Ouça a música:
Gilvan Chaves 1958 - Fiquei na Bahia (Codó): https://www.youtube.com/watch?v=shLbsu396DM
Genival Lacerda 1970 - Fiquei na Bahia (Codó): https://www.youtube.com/watch?v=28Rhmr2wIlA